O anúncio da mudança do nome do Facebook para Meta fez a palavra metaverso virar tendência. Todo mundo falando e escrevendo sobre isso – virou até discussão de happy hour (virtual ou presencial).
Confesso que nunca tinha escutado a palavra, mas isso não quer dizer que não tenha me deparado com o metaverso por aí. Já tinha lido notícias sobre criptomoedas e vendas de itens NFT, que estão muito relacionadas a este universo. Quem tem filho conhece os universos de games como Roblox e Fortnite, por exemplo. No começo da minha carreira de publicitário, lá por 2005, 2006, participei de algumas tentativas para usar o Second Life para divulgar alguma marca/produto.
Nesse período (quase) pós-pandemia, que muito tem se discutido sobre modo de trabalho presencial, home office ou híbrido, não me parece loucura imaginarmos que em poucos anos o trabalho em um universo metaverso poderá ser realidade.
As empresas de tecnologia do Vale do Silício estão correndo atrás dessa tecnologia faz tempo e acredito que plataformas como Zoom e Teams já começaram a se voltar para isso também. Se os fabricantes de óculos de realidade virtual conseguirem diminuir o custo destes itens, imagino que o metaverso será um caminho sem volta.
Já pararam para pensar o que vem junto com isso, o que pode causar de impacto em algumas profissões e empresas, além das óbvias oportunidades em Marketing e Comunicação?
- Arquitetura: será que em breve vamos ter especialistas em criar locais de trabalho virtuais? Aí o embate não será mais entre arquitetos e engenheiros, mas entre arquitetos e desenvolvedores/programadores.
- Moda: a cripto fashion já é realidade com a venda de itens de moda (NFT) para você vestir virtualmente. A Gucci fez isso no começo do ano e quando vi a notícia pensei “que maluquice é essa”? Bom, não me parece mais maluquice.
- Imobiliário: alguns games estão vendendo terrenos virtuais e marcas já estão comprando. Onde um escritório virtual estará? Faz sentido o escritório virtual ter uma espécie de endereço?
- Arte e decoração: olha aí as obras de artes NFT vendidas faz algum tempo começando a fazer sentido. Será que empresas como Ikea, Etna e Tok Stock já não estão se preparando para vender itens de decoração NFT?
E o impacto dentro das organizações:
- Onboarding: a introdução de novos colaboradores nas empresas possivelmente será mais interessante do que as dezenas de slides e vídeos que atualmente são usados para introduzir a cultura de uma empresa para esse novo funcionário (ufa!).
- Dresscode: se no mundo real a física e a química impedem a utilização de muitos materiais e de muitos formatos de roupa, no mundo virtual não tem limite. Um exemplo é o Burning shoe, disponível para compra neste marketplace brasileiro de moda digital (sim, já existe um marketplace tupiniquim de roupas virtuais. Essa moda não é algo apenas de gringos, está mais próximo do que imaginamos). Será que qualquer tipo de vestimenta será válido ou as empresas vão tentar limitar roupas que possa causar distrações nos ambientes virtuais de trabalho, como seria o caso de um tênis pegando fogo?
- Treinamentos: as capacitações que hoje acabam sendo muitas vezes teóricas devem ser substituídas por simuladores, colocando as pessoas para resolver situações como se fossem reais. Isso já é comum em profissões específicas (pilotos de avião, por exemplo), mas acredito em uma utilização em diversas profissões em pouco tempo.
- Brindes: fará sentido dar um cordão de crachá, um moleskine, uma mochila ou outros itens físicos que hoje são fotografados e exibidos com orgulho nas redes sociais? Ou teremos a era dos brindes virtuais, sem limites na criatividade?
Dá para imaginar muitos outros pontos e acredito que muitas mentes inovadoras não só já imaginaram, como já estão desenvolvendo isso.
Saberemos em alguns anos.